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Uma Gestação de Risco nas Trompas de Falópio

A Gravidez Tubária, uma condição em que o embrião se desenvolve nas trompas de Falópio, demanda muita atenção. O tipo de intervenção médica pode variar de acordo com as particularidades de cada mulher.

Hoje vamos conversar sobre esse quadro delicado, com o objetivo de trazer uma apresentação inicial sobre o assunto e incentivar a procura por um ginecologista obstetra assim que possível. Esperamos te ajudar!

Gravidez Tubária

O que é uma gravidez tubária e quais são seus riscos?

A gravidez tubária, um tipo de gravidez ectópica, é uma condição médica em que um óvulo fertilizado implanta-se fora do útero, geralmente nas trompas de Falópio. Este é um local inadequado para o desenvolvimento do embrião, pois as trompas não têm a capacidade de acomodar o crescimento fetal. 

Como resultado, a gravidez tubária representa riscos significativos para a saúde da mulher. Esses riscos incluem, por exemplo, a ruptura tubária, 

À medida que o embrião cresce, a trompa de Falópio pode romper, causando sangramento interno grave. Isso pode levar a choque hipovolêmico e requer intervenção médica de emergência.

A dor abdominal aguda,que começa de forma repentina ou tem piora rápida, é um sintoma de alerta gravidez tubária. Muitas vezes, ela pode estar acompanhada de sangramento vaginal anormal. 

É fundamental que qualquer mulher com sintomas suspeitos procure assistência imediatamente. O diagnóstico e o tratamento adequado podem salvar vidas e preservar a fertilidade. 

Quais são as possíveis abordagens médicas em casos de gravidez tubária?

Infelizmente, em casos de gravidez tubária é necessário interromper o desenvolvimento do feto. Deve ser feita uma intervenção adequada para evitar riscos e consequências posteriores. 

A intervenção depende da gravidade da situação e da saúde geral da paciente. Aqui estão algumas das intervenções possíveis:

  • Métodos medicamentosos: Em alguns casos, especialmente se a gravidez ectópica for detectada precocemente e não houver sinais de ruptura, é possível administrar um medicamento chamado metotrexato. Esse medicamento interrompe o crescimento do embrião e permite que o corpo o reabsorva naturalmente. A medicação pode ter uma série de efeitos colaterais, sendo necessário o monitoramento da função do fígado, rim e sistema hematológico de perto, com exames laboratoriais seriados; 
  • Cirurgia laparoscópica: Se a gravidez tubária estiver mais avançada ou se houver sinais de ruptura, a cirurgia pode ser necessária. A laparoscopia é um procedimento minimamente invasivo no qual pequenas incisões são feitas na região abdominal para remover o embrião ectópico e, se necessário, reparar as trompas;
  • Cirurgia de emergência: Se ocorrer uma ruptura tubária, é uma emergência médica que requer cirurgia imediata, que pode ser por laparoscopia (cirurgia minimamente invasiva) ou laparotomia (aberta – a depender da habilidade do cirurgião, material disponível e estado da paciente). Em casos de instabilidade da paciente, uma laparotomia, que envolve uma incisão maior no abdômen é realizada conter qualquer sangramento interno;
  • Remoção de trompa (salpingectomia): Geralmente é o tratamento de escolha quando é indicada cirurgia. A trompa em questão é uma trompa doente, com risco de recorrência de nova gravidez ectópica local;
  • Cirurgia com preservação da trompa- Salpingostomia: em casos específico de  gravidez tubária íntegra com a  ausência de outra tuba uterina, pode ser realizada a cirurgia de salpingostomia (retirada da gravidez ectópica com preservação da trompa, que é costurada). Contudo, o risco de recorrência existe e varia entre 10-15%, podendo ter uma das apresentações mais graves na recorrência dos sintomas;
  • Aborto tubário / conduta expectante: Em alguns casos, ocorre o reconhecimento de uma gravidez anormal pelo próprio corpo, levando a um abortamento tubário. Nestes casos, as paciente geralmente são acompanhadas até o beta HCG zerar e a imagem no útero desaparecer. O corpo reabsorve o tecido e não há necessidade de intervenção. As pacientes com conduta expectantes devem se atentar para sinais de alerta que possam indicar uma ruptura tubária como dor de início súbita e intensa, tontura, fraqueza etc. 

Independentemente do método de intervenção escolhido, é essencial que as mulheres com suspeita de gravidez tubária busquem assistência médica imediata. A detecção e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações graves e potencialmente fatais. 

A recuperação após a intervenção varia, mas a maioria das mulheres pode continuar a ter gravidezes saudáveis após um episódio de gravidez tubária, especialmente se a outra trompa de Falópio estiver intacta.

Qual a importância do apoio emocional em casos de gravidez tubária?

Receber um diagnóstico de gravidez ectópica é emocionalmente desafiador. A incerteza, o medo e a preocupação são comuns. 

O apoio psicológico e emocional pode fazer muita diferença nessa situação. A compreensão e o apoio ajudam a enfrentar a questão e lidar com o processo de tratamento. 

Pode ser benéfico conversar com outras pessoas que já passaram por situações semelhantes de perdas gestacionais, gestações ectópicas ou gestações não evolutivas.. Também é importante conversar com seu médico para tirar dúvidas e falar sobre suas inseguranças.

O cuidado emocional e psicológico não deve ser subestimado em casos de gravidez tubária. Profissionais de saúde devem estar atentos às necessidades emocionais das pacientes e encaminhá-las para apoio psicológico adequado, quando necessário, para garantir não apenas sua saúde física, mas também seu bem-estar mental durante esse desafio.

A “Gravidez Tubária” é uma condição desafiadora, que requer atenção e cuidados adequados e individualizados. É importante realizar os exames de acompanhamento da gestação e buscar ajuda diante de sintomas, para identificar essa condição e tratá-la da melhor forma possível.

Esperamos que o conteúdo tenha ajudado. Para agendar uma consulta com a Dra. Paula e conversar com mais detalhes sobre suas dúvidas e demandas, entre em contato!

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