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O ganho de peso na gravidez

“Estou grávida e ganhando peso… como saber se meu ganho de peso está dentro do esperado?”

É muito comum vermos gestantes sucumbindo a todos os desejos da gravidez e usando a famosa frase de estar ‘comendo para dois’ como uma forma de justificar o aumento da ingestão calórica e a flexibilização da dieta, geralmente para pior. Por outro lado, muitas gestantes apresentam náusea intensa, especialmente no primeiro trimestre, e não conseguem ganhar peso. Especialmente no primeiro trimestre, o embrião é muito pequeno e o ganho de peso geralmente é mais baixo. 

Ganho de Peso na Gravidez

Afinal, quanto peso deve-se ganhar durante a gravidez?

Para responder essa pergunta, o obstetra avalia diversos fatores da paciente na consulta antenatal ou na primeira consulta de pré-natal. Resumidamente, é feita uma análise da composição corporal da paciente, de suas comorbidades, das suas restrições alimentares e do seu grau de atividade física (ver exercício físico e gestação).  

Em seguida é realizada a análise do Índice de massa corporal (IMC), que é calculado dividindo o peso em quilogramas pela altura, em metros, ao quadrado. Por exemplo, para uma paciente de 56 kg e 1,62 m a conta ficaria assim: 52 / (1,62×1,62) = 21,3 kg/m2. 

O IMC nem sempre reflete a realidade da saúde de um paciente, por exemplo, mulheres atletas podem ter um IMC alto, uma vez que músculo pesa mais do que gordura. Entretanto, de forma geral, o IMC se divide da seguinte maneira:

  • < 18,5 = baixo peso;
  • 18,5-24,9  = peso adequado;
  • 25-29,9 = sobrepeso;
  • 30-34,9 = obesidade grau I;
  • 35-39,9 = obesidade grau II;
  • > 40 = obesidade grau III (chamada por alguns de obesidade mórbida, porém não gosto desse termo!).

A recomendação do IOM (Institue of Medicine), que foi revisada pela ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists), indica:

  • uma paciente com baixo peso (IMC < 18,5) deve ganhar de 12 a 18 kg até o final da gestação, sendo aproximadamente 2/2,5 kg no primeiro trimestre e 0,5 kg por semana no 2º e no 3º trimestre;
  • gestantes de peso adequado (IMC entre 18,5 e 24,9) devem ganhar entre 6.8 e 12 kg na gravidez toda, sendo até 1,6 kg no primeiro trimestre e 0,4 kg por semana no 2º e no 3º trimestre; 
  • gestantes obesas e com sobrepeso idealmente devem perder peso antes de engravidar e manter hábitos saudáveis adquiridos durante a gravidez (mas calma, não é para virar a Gisele Bundchen do dia para a noite. A perda de aproximadamente 5% do peso já ajuda!);
  • pacientes com sobrepeso devem ganhar até 0,3 kg por semana, enquanto pacientes com obesidade devem ganhar 0,2 kg semanais.

Especialmente para pacientes obesas, não parece haver impacto no crescimento fetal e complicações se houver manutenção do peso inicial durante toda a gravidez, desde que se mantenha uma dieta saudável e o crescimento fetal seja acompanhado por ultrassom. Além disso, ganhos de peso entre 5 e 9,1 kg geralmente não se revertem para um ganho de peso pós-parto. Porém, são necessários mais estudos para afirmações definitivas. 

Para gestações gemelares a recomendação de ganho de peso para pacientes com IMC adequado varia entre 16,8 e 24,5 kg, 14 e 22,7kg em pacientes com sobrepeso e 11,3-19,1 kg em pacientes obesas. Não há dados suficientes para recomendar ganhos de peso em gestações múltiplas com mais de 2 fetos (trigêmeos, quadrigêmeos e etc!).

Os dados acima são gerais e podem ser personalizados, em alguns casos. Caso tenham a oportunidade, um acompanhamento com nutricionista durante a gravidez pode ajudar muito!

Quais cuidados tomar em relação ao ganho de peso?

ATENÇÃO! O ganho de peso maior do que o esperado pode ser sinal de algumas complicações obstétricas potencialmente graves, como a pré-eclâmpsia. Muita atenção deve ser dada às gestantes de 2º e 3º trimestre com inchaço generalizado e ganho de peso maior que 1 kg por semana!  

Caso o ganho de peso não seja associado à pré-eclampsia consulte seu médico ou nutricionista para tentar readequar a dieta. O ganho de peso em demasia pode estar associado a complicações como diabetes gestacional, macrossomia fetal e dificuldade de perda de peso no pós-parto, entre outros.

Não deixe de manter um acompanhamento regular e seguir todas as orientações do seu obstetra! Isso é fundamental para promover a qualidade de vida e a segurança, tanto da mãe quanto do bebê.


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