Mioma Grande: Quando a Cirurgia é Necessária?
Os miomas uterinos são tumores benignos que se desenvolvem no tecido muscular do útero. Embora muitas mulheres convivam com miomas sem apresentar sintomas, em casos de um Mioma Grande podem haver complicações.

Quando o tamanho do mioma interfere na qualidade de vida da paciente, pode ser necessária a remoção cirúrgica.
A indicação da cirurgia depende de diversos fatores, como sintomas intensos, impacto na fertilidade e risco de complicações.
Nem toda mulher com mioma grande precisa de cirurgia, mas é fundamental entender em quais situações esse procedimento se torna a melhor opção.
Neste artigo, vou explicar quando a cirurgia para miomas grandes é necessária, quais são as abordagens cirúrgicas disponíveis e os riscos envolvidos. Convido você a continuar a leitura para saber mais!
Quando a cirurgia é necessária para um mioma grande?
A decisão de realizar uma cirurgia para miomas grandes é baseada em critérios específicos, que incluem tanto o tamanho do tumor quanto os sintomas e impactos causados à saúde da paciente.
Nem sempre um “Mioma Grande“ precisa ser retirado, mas há situações em que a cirurgia se torna a melhor alternativa.
Os principais motivos que levam à necessidade de cirurgia incluem:
- Aumento significativo do útero: quando os miomas crescem muito, podem causar um aumento exagerado do volume do útero, chegando a simular uma gestação de vários meses. Esse crescimento pode gerar desconforto abdominal, compressão de órgãos próximos, sensação de peso pélvico e até mesmo dificuldade para urinar ou evacuar.
- Sangramento intenso e anemia: miomas volumosos podem provocar menstruações muito longas e intensas, principalmente quando deformam a camada mais interna do útero, chamada de endométrio. O sangramento aumentado pode levar a quadros de anemia grave, fadiga e fraqueza. Quando o sangramento não é controlado por tratamentos clínicos, a cirurgia se torna necessária.
- Dor pélvica persistente: algumas mulheres com miomas grandes sofrem com dores pélvicas contínuas ou cólicas intensas, que podem ser incapacitantes e afetar a qualidade de vida.
- Infertilidade ou abortos recorrentes: miomas grandes que deformam a cavidade uterina ou obstruem a saída das tubas podem dificultar a migração e implantação do embrião ou levar a abortos espontâneos. Para mulheres que desejam engravidar, a remoção cirúrgica pode ser recomendada.
- Necrose e degeneração do mioma: em alguns casos, o crescimento acelerado dos miomas pode levar a um processo de degeneração, causando dor intensa e inflamação, o que exige intervenção cirúrgica.
- Compressão de órgãos vizinhos: miomas volumosos podem pressionar a bexiga, causando necessidade frequente de urinar ou dificuldade para esvaziar completamente a bexiga. Também podem comprimir o reto, levando a constipação crônica.
Se a paciente apresenta um ou mais desses sintomas e os tratamentos clínicos não estão surtindo efeito, a cirurgia pode ser indicada como a melhor solução para aliviar os sintomas e restaurar o bem-estar.
Agende uma consulta para entendermos juntas o melhor para o seu caso!
Quais são as opções cirúrgicas para miomas grandes?
Quando a cirurgia é necessária, existem diferentes abordagens para a remoção dos miomas, dependendo do tamanho, localização e desejo da paciente de preservar o útero.
Miomectomia
A miomectomia é a cirurgia indicada para a remoção exclusiva dos miomas, preservando o útero.
É a principal escolha para mulheres que desejam engravidar no futuro.
Existem diferentes técnicas para a realização da miomectomia:
- Miomectomia laparotômica (aberta): realizada por meio de uma incisão abdominal semelhante à de uma cesariana. É indicada para miomas muito grandes ou múltiplos quando o cirurgião julga que uma abordagem minimamente invasiva pode representar um tempo cirúrgico muito elevado.
- Miomectomia laparoscópica ou robótica: é realizada com pequenas incisões e auxílio de uma câmera, permitindo menor tempo de recuperação. Contudo, a retirada de grandes quantidades de tecido por essa técnica pode ser muito mais demorada e, em alguns casos específicos, representar maior risco para a paciente.
- Miomectomia histeroscópica: indicada apenas para miomas que estão dentro da cavidade uterina e acessíveis por via vaginal intrauterina. Não é uma opção para miomas muito grandes que estão dentro do músculo do útero.
A principal preocupação na miomectomia para miomas grandes é o sangramento intraoperatório.
O útero é um órgão altamente vascularizado, e a remoção de um mioma volumoso pode causar hemorragia.
Por isso, técnicas como ligadura temporária das artérias uterinas e o uso de medicações para reduzir o tamanho dos miomas antes da cirurgia podem ser utilizadas para minimizar riscos.
Histerectomia
A histerectomia é a remoção completa do útero e pode ser indicada para mulheres que já tiveram filhos ou mulheres que não desejam engravidar, especialmente quando os miomas são muito grandes, múltiplos e tendem a recorrer.
Essa cirurgia pode ser realizada por diferentes vias:
- Histerectomia abdominal (laparotômica): recomendada para úteros volumosos. É realizada por uma incisão abdominal maior ou quando já há suspeita de malignidade e se deseja entregar a peça cirúrgica completa ao patologista, sem morcelamento.
- Histerectomia laparoscópica ou robótica: permite a remoção do útero com incisões menores, reduzindo o tempo de recuperação.
- Histerectomia vaginal: realizada por via vaginal, sem cortes na barriga. Pode ser uma opção para miomas que não são excessivamente grandes.
A histerectomia geralmente é uma solução mais definitiva. No entanto, para algumas mulheres, a retirada do útero pode ter um impacto emocional significativo, e a decisão deve ser tomada de forma individualizada.
Convido você a marcar um horário para conversarmos!
Riscos da cirurgia para miomas grandes
Toda operação envolve riscos, e a cirurgia para miomas volumosos pode apresentar desafios específicos. Os principais incluem:
- Sangramento excessivo: é o risco mais significativo, podendo levar à necessidade de transfusão sanguínea. Contudo, existem diversas técnicas para reduzir este tipo de risco.
- Lesão de órgãos vizinhos, como bexiga, ureteres e intestino: ocorre especialmente em cirurgias de grande porte com miomas que distorcem muito a anatomia habitual.
- Infecção: qualquer procedimento cirúrgico pode ter risco de infecção, mas o uso de antibióticos profiláticos e o respeito à técnicas cirúrgicas assépticas e cuidados pré, intra e pós operatórios, além do uso de abordagens minimamente invasivas reduzem significativamente essa possibilidade.
- Formação de aderências: pode levar a dor pélvica ou dificuldades reprodutivas no futuro.
- Risco de necessidade de histerectomia de emergência: em alguns casos, durante a miomectomia, o sangramento pode ser tão intenso que pode ser necessário retirar o útero para salvar a vida da paciente. É uma situação bastante rara, mas cujo risco sempre deve ser exposto para a paciente.
Se você tem um mioma grande e apresenta sintomas como sangramento intenso, dor persistente ou dificuldade para engravidar, é fundamental procurar um ginecologista especializado. Nem sempre a cirurgia é a primeira opção, mas em casos de miomas volumosos que causam impacto significativo na saúde, a remoção pode ser a melhor alternativa.
Se você precisa de uma avaliação para saber qual é o melhor tratamento para o seu caso, entre em contato e agende uma consulta. Vamos avaliar juntas a melhor abordagem para sua saúde e bem-estar!
Ginecologista Obstetra
Especialista em Endoscopia Ginecológica / Cirurgia minimamente invasiva
Ginecologista Oncológica
CRM: 168500 – SP | RQE 114443
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