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Como é Feita a Cirurgia para Câncer do Endométrio e Quais os Riscos?

O Câncer do Endométrio é um dos tumores ginecológicos mais comuns e, felizmente, tem altas taxas de cura quando diagnosticado precocemente. 

Como é feita a cirurgia para câncer do endométrio e quais os riscos

A cirurgia é a principal abordagem terapêutica para a maioria dos casos, sendo realizada para remover o tumor e, sempre que possível, eliminar a doença. 

O objetivo principal da cirurgia é retirar todo o tecido afetado pelo câncer e pesquisar a extensão de tecidos acometidos pela doença, minimizando o risco de recidiva, proporcionando uma abordagem segura e eficaz e guiando a necessidade de tratamentos adicionais. 

Neste artigo, vou detalhar como a cirurgia para câncer de endométrio é realizada, quais são os tipos de procedimento disponíveis, os riscos envolvidos e quais são as alternativas para casos em que a cirurgia não é a melhor opção.

Convido você a continuar a leitura para saber mais!

Como é feita a cirurgia para câncer de endométrio?

A cirurgia para Câncer do Endométrio pode variar de acordo com a extensão da doença e as condições clínicas da paciente. 

O procedimento mais comum é a histerectomia, que pode ser realizada de diferentes formas.

Histerectomia total

A histerectomia total, geralmente acompanhada de salpingooforectomia (retirada de trompas e ovários) e pesquisa de linfonodo sentinela, é o tipo mais comum de cirurgia para tratar o câncer de endométrio. 

A histerectomia total consiste na retirada completa do útero e o colo do útero. 

Essa cirurgia pode ser feita de três formas principais:

  • Cirurgia aberta (laparotomia): procedimento convencional, realizado por uma incisão abdominal maior. 
  • Cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica): feita com pequenas incisões e uma câmera, proporcionando menor tempo de recuperação e menos dor pós-operatória.
  • Cirurgia robótica: semelhante à laparoscopia, mas com o auxílio de um sistema robótico que realiza os movimentos de maior precisão, sendo controlado inteiramente pelo cirurgião.

Salpingo-ooforectomia (remoção dos ovários e trompas)

Muitas vezes, além da remoção do útero, pode ser necessário retirar os ovários e as trompas de falópio. 

Isso ocorre porque alguns tipos de câncer de endométrio são influenciados pelos hormônios produzidos pelos ovários e porque estes tecidos são locais de possível disseminação tumoral, a remoção reduz o risco de recorrência da doença. 

Além disso, na maior parte das vezes, o câncer de endométrio acomete mulheres que já estão na menopausa, não havendo prejuízo na retirada dos ovários. 

Em casos de câncer de endométrio em pacientes jovens, com tumores iniciais, a depender do estágio inicial do tumor e características do tumor, pode-se discutir a preservação dos ovários ou realizar estratégias para a preservação de fertilidade como o congelamento de óvulos e a implantação em úteros de substituição, ou tratamento conservador para o câncer de endométrio.  

Linfadenectomia pélvica e para-aórtica

Nos casos em que há suspeita de disseminação do câncer para os linfonodos (gânglios linfáticos), pode ser necessária a realização de uma linfadenectomia, procedimento no qual os linfonodos pélvicos e/ou para-aórticos são removidos para análise. 

Isso ajuda a determinar se o câncer se espalhou e se a paciente precisará de tratamentos complementares, como radioterapia ou quimioterapia, e a extensão da área a ser irradiada.

Nem sempre há necessidade de retirar todos estes gânglios. Cada caso deve ser discutido e avaliado individualmente, seguindo os guidelines oncológicos para cada tipo de tumor e para a realização da cirurgia estadiadora, de acordo com preceitos oncológicos bem definidos. 

Pesquisa de linfonodo sentinela

Em casos iniciais, na maioria dos tipos histológicos (subtipos) do câncer de endométrio, ao invés da linfadenectomia completa, pode ser realizada a pesquisa de linfonodo sentinela, uma técnica mais moderna e menos invasiva que permite identificar os primeiros linfonodos que poderiam ser acometidos pelo câncer. 

Caso esses linfonodos estejam livres de doença, evita-se a remoção de linfonodos adicionais, reduzindo o risco de complicações, como linfedema (inchaço crônico nos membros inferiores), sangramentos e lesão de estruturas próximas aos linfonodos, como vasos e nervos. 

Podemos conversar pessoalmente para entender a melhor alternativa de tratamento no seu caso. Agende uma consulta!

Quais são os riscos da cirurgia?

Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia para câncer de endométrio apresenta alguns riscos, que variam conforme o tipo de abordagem utilizada, a idade da paciente e suas condições de saúde.

Os principais riscos incluem:

  • Infecções: apesar das técnicas avançadas, há um risco pequeno de infecção no local da incisão ou na pelve.
  • Sangramento e necessidade de transfusão: algumas cirurgias podem levar a sangramentos significativos, pedindo transfusão de sangue.
  • Lesão em órgãos adjacentes: como bexiga, intestino ou ureteres, especialmente em cirurgias mais complexas.
  • Trombose venosa profunda (TVP): a redução da mobilidade pós-operatória e a  presença de câncer já são dois fatores que aumentam significativamente o risco de trombose após uma cirurgia. Além disso, são levados em conta outros fatores individuais de cada paciente para avaliar o risco de trombose. O uso de meias de compressão, botas de compressão pneumática, manutenção de boa hidratação e movimentação precoce e o uso de anticoagulantes no pós-operatório ajudam a prevenir essa complicação.
  • Menopausa precoce: caso os ovários sejam removidos, a paciente entrará na menopausa imediatamente, o que pode causar sintomas como ondas de calor, ressecamento vaginal e risco aumentado de osteoporose.
  • Impacto emocional: a remoção do útero pode gerar alterações emocionais e psicológicas, especialmente para mulheres que desejavam engravidar. O suporte psicológico pode ser fundamental nesse processo.

Quer conversar sobre esses riscos ou qualquer insegurança que esteja sentindo? Estou à disposição para marcarmos uma consulta!

Quando a cirurgia não é a melhor opção?

Embora a cirurgia seja a principal abordagem para a maioria dos casos de câncer de endométrio, algumas pacientes podem não ser boas candidatas ao procedimento cirúrgico. 

Nessas situações, outras formas de tratamento podem ser indicadas.

Tratamento hormonal

Em casos muito iniciais e  específicos, especialmente em mulheres jovens que ainda desejam engravidar, pode ser tentado o tratamento hormonal com progesterona para inibir o crescimento do tumor. 

É essencial que essas pacientes sejam acompanhadas de perto, com biópsias periódicas para avaliar a resposta ao tratamento. 

Se o tumor não regredir em até seis meses, a cirurgia deve ser indicada imediatamente.

Antes de optar por esse tratamento, também é necessário passar por uma avaliação cuidadosa, entendendo os riscos e benefícios específicos dessa opção para o seu caso.

Radioterapia e quimioterapia

Para pacientes que não podem ser submetidas à cirurgia devido a condições clínicas graves, a radioterapia e a braquiterapia acompanhadas de quimioterapia podem ser utilizadas como tratamento primário. 

A quimioterapia é geralmente indicada para casos mais agressivos ou avançados, ajudando a reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia ou ajudando a eliminar quaisquer células cancerígenas remanescentes após o procedimento. 

Radioterapia, braquiterapia e quimioterapia podem ser indicadas após a cirurgia como tratamento complementar (também chamado de ajudvante), a depender das características do tumor avaliado. 

Imunoterapia e terapias alvo

Em alguns casos, pode ser realizada a imunoterapia e o uso de alguns medicamentos específicos para prevenir recidivas. 

Cada caso deve ser individualizado e avaliado em conjunto com o oncologista clínico. 

Após a cirurgia de  câncer de endométrio, é importante manter o acompanhamento médico para confirmar a eliminação da doença e evitar recidivas.

Se você recebeu um diagnóstico de câncer ou tem dúvidas sobre a melhor opção de tratamento para o seu caso, agende uma consulta para conversarmos. Estou aqui para te orientar com todo o cuidado necessário para que possamos decidir juntas o melhor caminho para sua saúde!

Dra. Paula Deckers

Ginecologista Obstetra

Especialista em Endoscopia Ginecológica / Cirurgia minimamente invasiva

Ginecologista Oncológica

CRM: 168500 – SP | RQE 114443

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