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Câncer do Endométrio: Quando a Cirurgia É a Melhor Opção?

O Câncer do Endométrio é um dos tipos mais comuns de câncer ginecológico, sendo mais frequente em mulheres após a menopausa. 

Câncer do endométrio_ quando a cirurgia é a melhor opção

Embora possa ser tratado de diversas maneiras, a cirurgia continua sendo a principal abordagem terapêutica na maioria dos casos. 

A escolha pelo procedimento cirúrgico depende de fatores como estágio da doença, idade da paciente, condições de saúde e desejo reprodutivo.

A cirurgia tem o objetivo de remover completamente o tumor, reduzindo as chances de recorrência e, em muitos casos, proporcionando a cura. Além disso, a cirurgia tem o papel de estadiar a paciente, ou seja, avaliar a extensão e enviar material para análise anatomopatológico e bioquímico da doença. 

Com estas informações, é possível avaliar e necessidade de realizar tratamentos adicionais como quimioterapia, radioterapia, braquiterapia e/ou imunoterapia. 

No entanto, existem diferentes tipos de abordagens cirúrgicas, cada uma indicada para uma situação específica. 

A seguir, entenda melhor os critérios para a escolha da cirurgia, quais são as opções disponíveis e como o procedimento pode impactar a vida da paciente!

Quando a cirurgia é indicada para o câncer de endométrio?

A decisão de realizar a cirurgia no tratamento do Câncer do Endométrio depende de diversos fatores clínicos. O principal deles é o estadiamento da doença, ou seja, a avaliação de quão avançado está o câncer no momento do diagnóstico. 

Essa avaliação é geralmente feita antes da cirurgia por meio de exames de imagem, como ressonância magnética, tomografia computadorizada e PET-CT, além de biópsia do tecido endometrial e/ou outros focos suspeitos para doença neoplásica (câncer). Ou seja, o estadiamento por imagem ajuda o cirurgião a planejar o procedimento proposto.

O estadiamento definitivo, também chamado de ´patológico´ ou ´anatomopatológico´, é geralmente realizado por análise do material retirado em cirurgia. 

Além do estadiamento, a cirurgia permite análise detalhada das características biológicas, moleculares e anatomopatológicas do tumor, que servirão para guiar o tratamento posterior da paciente.

A cirurgia costuma ser indicada como primeiro tratamento  nos seguintes casos:

  • Estágio inicial (I e II): quando o tumor está restrito ao útero ou há uma pequena invasão no colo uterino.
  • Ausência de metástases à distância: se não houver disseminação para outros órgãos, como fígado, pulmão, osso, a cirurgia pode ser a primeira opção e com proposta curativa. O comprometimento de outras estruturas na pelve deve ser avaliado individualmente. 
  • Falha em tratamentos hormonais: a cirurgia pode ser indicada em casos de pacientes que tentaram tratamento conservador com progesterona para preservação da fertilidade (quando possível), mas não obtiveram resposta adequada ou já constituíram a prole. 
  • Casos com fatores de risco elevados: para mulheres com histórico de câncer de mama, ovário ou mutações genéticas associadas, a cirurgia pode ser recomendada como prevenção.
  • Cirurgia paliativa: pode ser indicada cirurgia para reduzir o sangramento vaginal, dor ou outros sintomas que estejam prejudicando a qualidade de vida da paciente, mesmo que não tenha proposta curativa. 

Além do estadiamento, a idade da paciente e sua condição clínica geral também influenciam a decisão.

Mulheres jovens que desejam preservar a fertilidade podem ser candidatas a tratamentos alternativos antes da cirurgia, mas esses casos devem ser cuidadosamente avaliados, pois são a exceção.

Agende uma consulta para que possamos conversar pessoalmente!

Quais são os tipos de cirurgia para o câncer de endométrio?

Existem diferentes abordagens cirúrgicas para o tratamento do câncer de endométrio

A escolha do procedimento depende da extensão da doença e das condições da paciente.

Ressecção do endométrio por histeroscopia

Em casos muito selecionados, em pacientes jovens com doença sem invasão da musculatura do útero (miométrio), pode ser considerada a retirada apenas da lesão uterina e posterior tratamento com hormônios ou DIU hormonal, a fim de preservar a fertilidade. 

Histerectomia

Consiste na retirada do útero. Geralmente feita por técnica minimamente invasiva (laparoscopia ou robótica), porém podendo ser realizada por laparotomia (corte/cirurgia aberta).

Remoção dos ovários e trompas (salpingo-ooforectomia)

Na maioria das vezes, além da remoção do útero, também é recomendada a retirada dos ovários e das trompas de falópio. Isso se deve ao fato de que alguns tipos de câncer de endométrio são influenciados por hormônios produzidos pelos ovários

Assim, a remoção dessas estruturas reduz o risco de recorrência da doença.

Linfadenectomia pélvica e para-aórtica

Para avaliar se o câncer se espalhou para os gânglios linfáticos, pode ser necessária a remoção de linfonodos na região pélvica e ao longo da aorta/veia cava. 

A depender do estadiamento por imagem inicial e/ou das condições clínicas da paciente, além do resultado de biópsias, pode ser realizada técnica do linfonodo sentinela (vide página linfonodo sentinela).

Esse procedimento é chamado de linfadenectomia e é importante para determinar a necessidade de tratamentos complementares, como radioterapia ou quimioterapia.

Biópsia ou ressecção de outros órgãos afetados pela doença

Trata-se da retirada de parte de bexiga, intestino, manipulação de outras estruturas pélvicas e do peritônio da pelve.

Pode ser indicada a depender do caso, condições clínicas da paciente e resposta à realização de tratamentos prévios da paciente/ tipo de tumor. 

Cada caso deve ser discutido com médico especialista em cirurgia oncológica ginecológica. 

Cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica)

Nos últimos anos, os avanços da cirurgia ginecológica permitiram que muitos procedimentos fossem realizados por técnicas minimamente invasivas. 

A laparoscopia e a cirurgia robótica são alternativas à cirurgia aberta, oferecendo benefícios como:

  • Menor tempo de recuperação: a paciente retorna às suas atividades mais rapidamente.
  • Menos dor pós-operatória: as incisões menores reduzem o desconforto no período de recuperação.
  • Menor risco de infecção: devido à menor manipulação dos tecidos internos.
  • Cicatrizes menores: o que é uma vantagem estética importante para muitas mulheres.

Apesar dessas vantagens, nem todas as pacientes são candidatas a essas técnicas. Por vezes, não há disponibilidade dessas técnicas ou expertise do cirurgião para realizá-las.  

A escolha depende da avaliação, das capacitações do profissional do cirurgião e das características do tumor.

É muito importante que o cirurgião tenha a qualificação específica para realizar o tipo de técnica cirúrgica mais adequado para a paciente.

Para entendermos o melhor caminho para você, convido-a a marcar um horário!

Cuidados no pós-operatório e recuperação da paciente

A recuperação após a cirurgia do câncer de endométrio varia de acordo com o tipo de procedimento realizado. 

No caso de cirurgias minimamente invasivas, o tempo de internação pode ser de apenas um ou dois dias, enquanto na cirurgia aberta ou com extensão maior de manipulação cirúrgica, a hospitalização pode ser um pouco mais longa.

Durante o período de recuperação, é importante seguir algumas recomendações para garantir a melhor cicatrização e reduzir o risco de complicações:

  • Evitar esforços físicos: atividades intensas, levantamento de peso e agachamentos devem ser evitados nos 2 primeiros meses após o procedimento.
  • Manter uma alimentação equilibrada: a nutrição adequada contribui para a recuperação e fortalecimento do organismo.
  • Observar sinais de infecção: febre, dor intensa e secreções anormais devem ser informados ao médico imediatamente.
  • Acompanhar o retorno das funções intestinais: a constipação é comum no pós-operatório, então o consumo de fibras e a hidratação são essenciais.
  • Realizar o acompanhamento médico: exames de seguimento são fundamentais para garantir que não haja recorrência da doença.

A reabilitação emocional também deve ser considerada, pois a remoção do útero pode gerar impactos psicológicos em algumas pacientes. 

O suporte de uma equipe multidisciplinar, incluindo psicólogos e fisioterapeutas, pode ser fundamental para garantir o bem-estar global da mulher.

O câncer de endométrio tem boas taxas de cura quando diagnosticado precocemente, e a cirurgia desempenha um papel essencial nesse processo. Com os avanços da medicina, as opções cirúrgicas estão cada vez mais seguras e menos invasivas, proporcionando melhores resultados para as pacientes.

Se você recebeu um diagnóstico de câncer de endométrio ou tem dúvidas sobre o tratamento cirúrgico, entre em contato e agende uma consulta. Estou aqui para esclarecer suas dúvidas, avaliar seu caso com atenção e oferecer o melhor plano terapêutico para você!

Dra. Paula Deckers

Ginecologista Obstetra

Especialista em Endoscopia Ginecológica / Cirurgia minimamente invasiva

Ginecologista Oncológica

CRM: 168500 – SP | RQE 114443

Leia também:

Linfonodo sentinela: O que é e como usar no câncer de endométrio?

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