A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença complexa com interferência de elementos genéticos, ambientais, comportamentais e outros fatores ainda não muito bem compreendidos. Para realizar o diagnóstico de SOP devemos ter um conjunto de sinais e sintomas, caracterizados por 2 ou mais dos seguintes:
- Anovulação: ausência da ovulação que pode provocar dificuldade para engravidar, períodos longos (> 35 dias) sem menstruar ou sangramento aumentado/irregular;
- Hiperandrogenismo: alterações causadas pela elevação de hormônios masculinos, que pode ser clínica ou laboratorial. O hiperandrogenismo clínico pode ser diagnosticado a partir do aumento de pêlos de padrão masculino (pêlos grossos e escuros em região da face, barba, tórax, nádegas, braços e pernas), da alopecia de padrão androgenético (a famosa careca masculina) e de quadros de acne grave, entre outros sintomas. O hiperandrogenismo laboratorial, por sua vez, é aquele em que a alteração hormonal é detectada em exames de sangue;
- Alteração dos ovários em exames de imagem como o ultrassom, exibindo padrão policístico (diversos pequenos cistos) e/ou aumento de tamanho.
A avaliação desses 3 fatores deve ser realizada livre de tratamentos anticoncepcionais e tratamentos hormonais. Algumas outras síndromes ou doenças podem provocar essas mesmas alterações, devendo ser sempre descartadas antes de dar o diagnóstico definitivo de SOP.
Além disso, de acordo com o consenso internacional de 2018, o diagnóstico definitivo de SOP só pode ser fechado após 8 anos da primeira menstruação, já que alterações hormonais durante a puberdade podem levar a muitos dos mesmos sintomas da SOP, porém de forma transitória. Antes de completar esse período, as pacientes com sintomas clássicos de SOP podem ser classificadas como ‘risco aumentado’ e devem ser monitoradas de perto com mais cautela.
Por que é importante eu saber se tenho SOP?
A paciente com SOP possui uma série de desbalanços hormonais, metabólicos e endócrinos que a deixam mais propensa a ter doenças como diabetes, obesidade, colesterol elevado, infertilidade, sangramento uterino volumoso e alterações benignas e malignas no endométrio. Assim, essas pacientes devem ter um acompanhamento multidisciplinar. com monitoramento mais cauteloso e crítico.
Qual o tratamento para SOP? Tem cura?
Infelizmente não existe um tratamento para a cura definitiva da Síndrome dos Ovários Policísticos. A SOP é uma condição complexa e com alguns mecanismos ainda pouco esclarecidos, mas sabe-se com certeza que o tratamento deve sempre incluir bons hábitos de vida, mantendo exercícios regulares, alimentação balanceada e estilo de vida saudável. Muitas vezes, após uma simples mudança de estilo de vida já ocorrem melhorias em relação aos sintomas associados à SOP, assim como o controle de doenças associadas, como o diabetes, a obesidade e a irregularidade menstrual.
Quem deve tratar a SOP?
O tratamento da SOP baseia-se no controle de sintomas e efeitos da síndrome e, por isso, deve ser individualizado e baseado no quadro apresentado pela paciente. Pode incluir medicações para colesterol, anti-diabéticos (como metformina), medicamentos indutores da ovulação, anticoncepcionais e medicações para bloquear hormônios masculinos, medicações para obesidade, depilação a laser, tratamentos dermatológicos e por aí vai.
Para entender mais sobre os tratamentos da SOP não deixe de agendar sua consulta! A Dra. Paula realizará um diagnóstico preciso e fornecerá todas as orientações para o alívio dos seus sintomas.