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O que é Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

O que é Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença complexa, influenciada por fatores genéticos, ambientais e comportamentais, além de outros fatores que ainda não são totalmente compreendidos. Para realizar o diagnóstico de SOP, é necessário observar um conjunto de sinais e sintomas caracterizados por dois ou mais dos seguintes critérios:

1. Anovulação: A ausência de ovulação pode causar dificuldades para engravidar, períodos longos sem menstruar (mais de 35 dias) ou sangramentos aumentados e irregulares.

2. Hiperandrogenismo: Esta condição é causada pela elevação de hormônios masculinos e pode ser diagnosticada clinicamente ou laboratorialmente. O hiperandrogenismo clínico manifesta-se através do aumento de pelos de padrão masculino (pelos grossos e escuros em áreas como face, barba, tórax, nádegas, braços e pernas), alopecia de padrão androgenético (a famosa calvície masculina), acne grave, entre outros. O hiperandrogenismo laboratorial é detectado através de alterações hormonais em exames de sangue.

3. Alteração dos ovários em exames de imagem: O ultrassom pode revelar ovários com padrão policístico (diversos pequenos cistos) e/ou aumentados de tamanho.

A avaliação desses três fatores deve ser realizada sem o uso de tratamentos anticoncepcionais e hormonais. É importante descartar outras síndromes ou doenças que podem provocar sintomas semelhantes antes de fechar o diagnóstico de SOP.

Diagnóstico Definitivo da SOP

De acordo com o consenso internacional de 2018, o diagnóstico definitivo de SOP só pode ser estabelecido após oito anos da primeira menstruação. Isso ocorre porque durante a puberdade, o corpo passa por várias alterações hormonais que podem levar a muitos dos mesmos sintomas da SOP, mas de forma transitória e muitas vezes autolimitada. 

Esse período de transição pode causar sintomas como ciclos menstruais irregulares, acne e aumento dos pelos, que são comuns durante a adolescência e podem se estabilizar com o tempo.

Antes desse período de oito anos, pacientes com sintomas clássicos de SOP, como irregularidades menstruais, hiperandrogenismo e ovários policísticos, podem ser classificadas como “risco aumentado para SOP”. Essas pacientes devem ser monitoradas de perto, com mais cautela, para acompanhar a evolução dos sintomas e evitar complicações associadas. 

Acompanhamentos regulares com um ginecologista ou endocrinologista são essenciais para garantir que qualquer mudança significativa na saúde reprodutiva ou metabólica seja rapidamente identificada e tratada.

Essa abordagem cuidadosa permite que intervenções precoces e estratégias de manejo sejam implementadas conforme necessário, promovendo um melhor controle dos sintomas e uma melhor qualidade de vida para as pacientes.

Importância do Diagnóstico da SOP

Saber se você realmente tem SOP é crucial porque a condição envolve uma série de desbalanços hormonais, metabólicos e endócrinos que aumentam o risco de desenvolver várias doenças. Entre essas, destacam-se o diabetes tipo 2, que é comum devido à resistência à insulina frequentemente associada à SOP. 

Além disso, a obesidade é outra preocupação significativa, uma vez que muitas pacientes com SOP lutam com ganho de peso e dificuldades para mantê-lo sob controle.

O colesterol elevado é outro fator de risco que precisa ser monitorado, pois pode levar a doenças cardiovasculares a longo prazo. A infertilidade é uma preocupação central para muitas mulheres com SOP, já que a anovulação pode dificultar a concepção. 

O sangramento uterino volumoso é outro sintoma preocupante, podendo levar a anemia e outras complicações.

Além disso, pacientes com SOP estão em maior risco de desenvolver alterações benignas e malignas no endométrio. Isso ocorre porque a anovulação crônica pode resultar em hiperplasia endometrial, uma condição em que o revestimento do útero se torna espessado. Se não for tratado, isso pode evoluir para câncer endometrial.

Portanto, pacientes com SOP devem ter um acompanhamento multidisciplinar com monitoramento mais cuidadoso e crítico. Isso inclui consultas regulares com ginecologistas, endocrinologistas, nutricionistas e, em alguns casos, cardiologistas. 

Esse acompanhamento abrangente é essencial para manejar os diversos aspectos da SOP e para prevenir ou tratar complicações associadas. Uma abordagem integrada permite um manejo mais eficaz da condição e melhora a qualidade de vida das pacientes.

Tratamento da SOP: Existe Cura?

Infelizmente, não existe uma cura definitiva para a Síndrome dos Ovários Policísticos. A SOP é uma condição complexa, com alguns mecanismos ainda pouco esclarecidos. No entanto, sabe-se com certeza que o tratamento deve sempre incluir bons hábitos de vida, como exercícios regulares, alimentação balanceada e um estilo de vida saudável.

Muitas vezes, simples mudanças no estilo de vida resultam em melhorias significativas nos sintomas associados à SOP e ajudam a controlar doenças associadas, como diabetes, obesidade e irregularidade menstrual.

Quem Deve Tratar a SOP?

O tratamento da SOP deve ser individualizado, baseando-se nos sintomas e efeitos específicos apresentados pela paciente. 

Pode incluir medicações para colesterol, antidiabéticos como metformina, medicamentos indutores da ovulação, anticoncepcionais, medicações para bloquear hormônios masculinos, tratamentos para obesidade, depilação a laser e tratamentos dermatológicos, entre outros.

Cada caso é único, e o tratamento deve ser adaptado para atender às necessidades específicas de cada paciente.

A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma condição complexa que requer um diagnóstico cuidadoso e um tratamento individualizado. Se você suspeita que pode ter SOP, é fundamental procurar orientação médica para uma avaliação completa e um plano de tratamento adequado.

Quer entender mais sobre a SOP e como gerenciar seus sintomas? Agende sua consulta!

Dra. Paula Deckers
Ginecologista e Obstetra, especialista em Ginecologia Oncológica
CRM: 168500/SP RQE: 114443

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